Se eu tivesse que reescrever a minha história, eu a faria incluindo a superação do Câncer de Mama. Quando fui diagnosticada pela segunda vez, recebi um telefonema de uma amiga que queria notícias após a minha segunda cirurgia. Eu respondi que estava ótima, pois dessa vez havia descoberto cedo e que tiraria de letra o tratamento. Eu só tinha a agradecer a Deus. Foi quando ela me contou a sobre uma moça de 30 anos que, recém-diagnosticada com câncer de mama, teria que esperar 6 meses para fazer a sua cirurgia. Na hora, eu pensei: meu Deus, isso não é possível. Não é justo que eu possa me tratar duas vezes e me curar e essa moça tenha que aguardar. Preciso fazer alguma coisa!

Imediatamente veio a ideia de criar uma ONG que de um lado arrecadasse de muitos doadores, e de outro fizesse parcerias com hospitais privados e filantrópicos para tratar essas mulheres e diminuir o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. Assim nascia o Instituto Protea.

Estudei o assunto e descobri que a situação desta doença é realmente preocupante no Brasil. Apesar de ter até 95% de chance de cura, todo dia morrem, em média, 42 mulheres de câncer de mama em nosso país. Esta taxa de mortalidade é quase três vezes superior que a dos EUA e Europa. Por isso temos que mobilizar a sociedade para reverter este quadro.

Nosso principal objetivo é reduzir esta taxa de mortalidade para que a sobrevida chegue a 90 – 95% no Brasil. Para isso faremos parcerias com hospitais privados e filantrópicos para aumentar o número de mulheres tratadas e diminuir o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. Reuni o Conselho Consultivo em novembro de 2017 e iniciamos a estruturação do Protea a partir de fevereiro de 2018. Em junho, ele nasceu oficialmente e em novembro começamos os atendimentos às pacientes em parceria com o Hospital Santa Marcelina.